8 de marzo del 2019. En Brasil, primer viernes postcarnaval. Para muchos de nosotros el postcarnaval es el inicio de un tiempo significativo de reflexión. Miro a la página a rellenarse y me acuerdo de Elis Regina cantando a Tom Jobim: são as águas de março fechando o verão. É a promessa de vida no teu coração... Me acuerdo también del significado tan amplio y del simbolismo tan inmenso del número 8, remitiendo nuestro imaginario al infinito.
A fines del siglo XIX nace una idea, tal vez simultáneamente en Europa y Estados Unidos, en el contexto de las luchas feministas, por más justas y mejores condiciones de vida y de trabajo, por el derecho al voto: la idea de crear el Día Internacional de la Mujer.
Muchas aguas de marzos cerraron muchos veranos en el hemisferio sur. Promesa de vida germinando.
En Copenhague, en 1910, durante la Conferencia Internacional de las Mujeres Socialistas, la líder socialista Clara Zetkin propone la institución de una celebración anual por los derechos de las mujeres trabajadoras. De hecho, hay registros de celebraciones del Día Internacional de la Mujer a partir de 1909, en distintas fechas, distintos países. Celebraciones de logros y manifestaciones que luchan incesantemente por derechos económicos, sociales, laborales, políticos, entre ellos, el de votar y ser votada.
Aguas de marzos, promesas, esperanza.
El año de 1975 es designado por la ONU como el Año Internacional de la Mujer y el día 8 de marzo es instituido como el Día Internacional de la Mujer, iniciativas que apuntan a registrar las conquistas sociales, políticas, económicas, individuales y colectivas de las mujeres, independientemente de diferencias nacionales, étnicas, lingüísticas, culturales, económicas, políticas.
Aguas de marzos, promesas, esperanza, conquista.
En el 2008 la ONU lanza la campaña Las Mujeres Hacen la Noticia, destinada a fomentar la igualdad de género en la comunicación social del Planeta Tierra. El número 8 de 2008 y sus posibilidades infinitas siempre in the making.
En el 2015 la ONU lanza la agenda 2030, con sus 17 objetivos de Desarrollo Sostenible, a realizarse hasta el 2030, en los próximos 11 años. Educación inclusiva y empleo, garantía de igualdad de género, agua y saneamiento para todos, empleo decente para todos, infraestructura e innovación, estándares de producción y consumo sostenibles, gestión de cambios climáticos, preservación del ecosistema y de la biodiversidad, justicia y paz.
Traigo la agenda 2030 para compartir la convicción de que una vez logrado su 5º objetivo –alcanzar la igualdad de género y empoderar a todas las mujeres y niñas– los demás serán logrados orgánicamente. Tengo una convicción imbatible de que hoy no cabe debatir solamente la cuestión femenina. La cuestión que se delineó a fines del siglo XIX, con enfoque en la emancipación de la mujer, es hoy, siglo XXI, una cuestión de equilibrio entre las contribuciones que mujeres y hombres pueden y deben hacer para la causa de la humanidad y su sostenibilidad en el Planeta Tierra. Estamos debatiendo el desarrollo, la evolución de la sociedad para garantizar derechos, oportunidades y respeto para todos los seres humanos.
Cabe a todos nosotros crear condiciones para todos incansablemente, todos los días, en todos los lugares. Tenemos el deber de crear condiciones para que las mujeres puedan ser lo que quieran, con responsabilidad, con autonomía y con autoría sobre sus propias vidas. Tenemos también el deber de crear condiciones para que los hombres puedan reconocer y asumir nuevos roles, que van más allá de la responsabilidad de ser proveedores.
Que inclusión, colaboración e igualdad sean nuestras palabras de orden; que podamos usar el poder de la creatividad para transformar; que tengamos coraje para cambiar el status quo y la forma como vemos la realidad, abriendo espacio para nuevas miradas y nuevas interpretaciones; que podamos TODOS, sin exclusión de nadie, reflexionar sobre el significado del éxito, del poder y de la realización humana; que éxito, poder, realización dejen de significar posición social, realización financiera, autoridad sobre semejantes; que el poder sea entendido como autonomía de elección; que el educar sea movimiento recíproco, para la construcción de familias y organizaciones armónicas y equilibradas; que lo individual y lo colectivo estén al servicio del bien mayor para TODOS, para las generaciones que permanecen después de nosotros.
Así, el 8 de marzo del 2019, para concluir este texto, presto la sabiduría de Simone de Beauvoir: QUE NADA NOS LIMITE. QUE NADA NOS DEFINA. QUE NADA NOS SUJETE. QUE LA LIBERTAD SEA NUESTRA PROPIA SUSTANCIA.
+ Info de la creativa en: www.instagram.com/marchesteves
A continuación, en su idioma original:
Águas de Março
Dia 8 de março de 2019.
No Brasil, primeira sexta-feira pós-carnaval. Para muitos de nós, o pós-carnaval é o início de um tempo significativo de reflexão. Olho para a página a ser preenchida e me lembro de Elis Regina cantando Tom Jobim: são as águas de março fechando o verão. É a promessa de vida no teu coração... Lembro-me também do significado tão amplo e do simbolismo tão imenso do número 8, remetendo nosso imaginário ao infinito.
Em finais do século XIX nasce uma ideia, talvez simultaneamente na Europa e nos Estados Unidos, no contexto das lutas feministas, por mais justas e melhores condições de vida e de trabalho, pelo direito ao voto: a ideia de criar o Dia Internacional da Mulher.
Muitas águas de marços fecharam muitos verões no Hemisfério Sul. Promessa de vida germinando.
Em Copenhague, em 1910, durante a Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, a líder socialista Clara Zetkin propõe a instituição de uma celebração anual pelos direitos das mulheres trabalhadoras. De fato, há registros de celebrações do Dia Internacional da Mulher a partir de 1909, em diferentes datas, diferentes países. Celebrações de conquistas e manifestações que lutam incessantemente por direitos econômicos, sociais, trabalhistas, políticos, entre eles o de votar e ser votada.
Águas de marços, promessas, esperança.
O ano de 1975 é designado pela ONU como o Ano Internacional da Mulher e o dia 8 de março é instituído como o Dia Internacional da Mulher, iniciativas que visam a registrar as conquistas sociais, políticas, econômicas, políticas, individuais e coletivas das mulheres, independentemente de diferenças nacionais, étnicas, linguísticas, culturais, econômicas, políticas.
Água de marços, promessas, esperança, conquista.
Em 2008 a ONU lança a campanha As Mulheres Fazem a Notícia, destinada a fomentar a igualdade de gênero na comunicação social do Planeta Terra. O número 8 de 2008 e suas possibilidades infinitas sempre in the making.
Em 2015 a ONU lança a agenda 2030, com seus 17 objetivos de Desenvolvimento Sustentável, a serem realizados até 2030, nos próximos 11 anos. Educação inclusiva e emprego, garantia de igualdade de gênero, água e saneamento para todos, emprego decente para todos, infraestrutura e inovação, padrões de produção e consumo sustentáveis, gerenciamento das mudanças climáticas, preservação do ecossistema e da biodiversidade, justiça e paz.
Trago a agenda 2030 para compartilhar a convicção de que atingido o seu 5º objetivo - alcançar igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas - os demais serão atingidos organicamente. Tenho uma convicção imbatível de que hoje não cabe debater apenas a questão feminina. A questão que se delineou em fins do século XIX, com foco na emancipação da mulher, é hoje, século XXI, uma questão de equilíbrio entre as contribuições que mulheres e homens podem e devem fazer para a causa da humanidade e sua sustentabilidade no Planeta Terra. Estamos debatendo o desenvolvimento, a evolução da sociedade, para garantirmos direitos, oportunidades e respeito para todos os seres humanos.
Cabe a todos nós, incansavelmente criar condições para todos, todos os dias, em todos os lugares. Temos o dever de criar condições para que as mulheres possam ser o que quiserem, com responsabilidade, com autonomia e com autoria sobre suas próprias vidas. Temos também o dever de criar condições para que os homens possam reconhecer e assumir novos papéis, que vão muito além da responsabilidade de serem provedores.
Que inclusão, colaboração e igualdade sejam nossas palavras de ordem; que possamos usar o poder da criatividade para transformar; que tenhamos coragem para mudar o status quo e a forma como enxergamos a realidade, abrindo espaço para novos olhares e novas interpretações; que possamos TODOS, sem exclusão de ninguém, refletir sobre o significado do sucesso, do poder e da realização humana; que sucesso, poder, realização deixem de significar posição social, realização financeira, autoridade sobre semelhantes; que o poder seja entendido como autonomia de escolha; que o educar seja movimento recíproco, para a construção de famílias e organizações harmônicas e equilibradas; que o individual e o coletivo estejam a serviço do bem melhor para TODOS, para as gerações que permanecem depois de nós.
Assim, em 8 de março de 2019, para concluir este texto, empresto a sabedoria de Simone de Beauvoir: QUE NADA NOS LIMITE. QUE NADA NOS DEFINA. QUE NADA NOS SUJEITE. QUE A LIBERDADE SEJA A NOSSA PRÓPRIA SUBSTÂNCIA.